Dirigido por Kleber Mendonça Filho, O Agente Secreto é um thriller político que fala de memória, hereditariedade e Brasil. Com Wagner Moura no papel principal, o filme mergulha em uma perseguição gradual, cheia de tensão e simbolismo, atravessando paisagens marcadas pela violência e pelo esquecimento. O roteiro trabalha a densidade emocional de um pai em fuga, enquanto evoca o ado e os fantasmas de um país ferido. Uma obra que dialoga com Retratos Fantasmas e reafirma o cinema como território de resistência e lembrança. Direto de nossa cobertura no Festival de Cannes, confira crítica completa do filme O Agente Secreto.
Diretor consagrado de filmes como Bacurau e Aquarius, o cineasta Kleber Mendonça Filho faz seu filme mais pessoal e íntimo em Retratos Fantasmas. Aqui, ele se vale de fitas que gravou ao longo da vida, principalmente no início da vida adulta, nos anos 1990, para mostrar como o mundo se transformou – mais especificamente, Recife, quase sempre da janela de sua casa. A partir daí, mostrando como o cinema (e o audiovisual, no geral) consegue transformar qualquer pessoa, espaço ou animal em fantasmas, Kleber faz uma dissertação sobre como os cinemas, enquanto ambiente de estar, se transformaram e são, na verdade, templos que abrigam fantasmas – seja na tela ou até mesmo atrás delas. Um filme poderoso, que se equilibra entre o pessimismo e o otimismo, e que dialoga com a realidade de cada pessoa que está assistindo ao filme a partir da visão criativa de Kleber.
‘Bacurau’ filme é, sem dúvida alguma, um dos mais únicos, peculiares e interessantes longas-metragens do cinema brasileiro nos últimos anos. Os diretores Kléber Mendonça Filho (‘Aquarius’) e Juliano Dornelles misturam o zeitgeist atual com a mais pura cultura do nordeste do Brasil e ainda adicionam pitadas (de sangue) do cinema de Quentin Tarantino e de Glauber Rocha. O resultado é justamente uma espécie de catarse do espírito de nossa época, com muita crítica social e política. Sem caminhos ou respostas fáceis, o longa-metragem expõe feridas abertas. Não é por menos que ‘Bacurau’ foi aplaudido de pé no Festival de Cannes, onde recebeu o Prêmio do Júri.
Um retrato cru e direto da atual sociedade brasileira, indo da sexualidade à especulação imobiliária. Destaque para a atuação de Sonia Braga. Um filme que merece ser visto.