Sobreviventes - Um drama histórico que narra a luta pela sobrevivência de negros e brancos, sobreviventes de um naufrágio de um navio negreiro, isolados em uma ilha deserta no século XIX. O filme explora a desconstrução das hierarquias sociais e questiona a possibilidade de convivência harmoniosa fora das estruturas coloniais da época. Último trabalho do cineasta português José Barahona, Sobreviventes é uma poderosa alegoria sobre os legados da escravidão e os dilemas da humanidade diante da barbárie.
As Polacas - Um drama histórico nacional inspirado em fatos reais, que segue a jornada de uma mulher polonesa que foge da perseguição aos judeus e chega ao Brasil em 1917, em busca de seu marido. No Rio de Janeiro, ela se vê vítima do tráfico humano e enfrenta uma dura realidade, longe da vida que imaginava. Estrelado por Valentina Herszage (Ainda Estou Aqui), Caco Ciocler e Otávio Muller, o filme é uma poderosa narrativa feminista que traz à tona questões de resistência e sobrevivência no contexto histórico de uma época turbulenta.
Indicado ao prêmio de Melhor Design de Figurino no César Awards 2024 e com sua estreia no Festival de Cannes como filme de abertura, A Favorita do Rei (Jeanne du Barry) é um drama de época francês, dirigido e estrelado por Maïwenn (conhecida por O Quinto Elemento), sobre a cortesã e última amante oficial do rei Luís XV (Johnny Depp) da França. O filme narra sua vida desde a infância e anos de formação como filha de um servo, até sua ascensão na sociedade sa por meio de sexo, alianças e casamentos estratégicos. Embora bem elaborado, é um drama bastante convencional que, em sua realização, convida a comparações não muito favoráveis com Barry Lyndon. Embora o clássico de Kubrick consiga ser uma sátira muito sutil, o filme de Maïwenn se leva muito a sério. Isto, considerando a representação do género feminino e os antecedentes das suas duas principais estrelas, não só não ajuda como convida a questionar o propósito de contar esta história, com tão pouca esperança para a sua protagonista. Você vai gostar se gosta de dramas de época com trajes suntuosos ou se é um ávido seguidor de Johnny Depp.
O Jogo da Rainha (Firebrand) é um drama de época do diretor brasileiro Karim Aïnouz (Jude Law) nos últimos dias do monarca, cada vez mais delirante e paranoico devido à doença que o levaria à morte. Com fotografia e design de figurino impecáveis, e quase em um tom de drama doméstico, o filme mergulha na tensão sofrida por Catarina entre suas aspirações reformistas e seu papel como esposa de um rei violento e vingativo, marcado pelo precedente de Ana Bolena. O Jogo da Rainha reivindica o papel de Catarina na história da coroa inglesa, com algumas liberdades criativas e sem se preocupar muito em fornecer o contexto histórico necessário para entender tudo o que acontece. Para aqueles que conhecem o assunto e podem tolerar essas licenças criativas, será um drama apaixonante sobre um aspecto da dinastia Tudor pouco explorado pelo cinema.
Este provocante drama francês se a em uma época de mais pudores e controles sociais, mas que não impede o florescimento de um amor proibido entre uma jovem noiva e a artista que deve retratá-la em um quadro. Dessa forma, ‘Retrato de Uma Jovem em Chamas’ mistura uma ótima reconstrução de época, uma bela fotografia e uma romance intenso – que só ganha com as atuações de Adèle Haenel (‘A Garota Desconhecida’) e Noémie Merlant (‘Curiosa’). Mais um destaque na filmografia da diretora e roteirista Céline Sciamma, que já assinou produções como ‘Tomboy’, ‘Garotas’ e ‘Lírios d’Água’.